terça-feira, 7 de junho de 2011

Nós animais?

Começo meu artigo com este tema-questionamento porque, infelizmente, deixamos de acreditar que também somos animais. Nós somos animais, você sabia?!

Alguns leitores pensarão: Sim, somos, e daí? Outros afirmarão: Somos animais racionais, inteligentes, diferentes das demais espécies.

Diante de tantas reflexões acerca da natureza animal do ser humano – e é esse o exato motivo do artigo – devo dizer que todos vocês mentem, porque no fundo, ninguém se coloca como animal. Acreditamos sermos seres pródigos, filhos de Deus, senhores do Planeta Terra e donos de tudo que nele há.

Acreditamos que os demais seres existem para nos servir, para dar a vida por nós, e esse é o único motivo pelo qual eles nascem, crescem e morrem. Deus criador de todos as formas de vida, deu de presente para o homem, um planeta fecundo, cheio de riquezas e animais para servi-lo, sim, pois o homem é o eleito de Deus, sua obra prima inteligente, seu favorito.

Não é isso que está na Bíblia? Não é assim que o Homem se coloca diante dos demais seres, desde o início dos tempos?

Pois é, tudo isso está muito errado, toda essa interpretação excludente, esse modo antropocêntrico de ser e agir, que está arraigado em nosso comportamento desde muito tempo e está nos levando para um caminho triste e sem volta. As crises nas relações humanas e a crise ambiental pela qual estamos passando são resultado dessa forma infeliz de nos colocarmos diante do mundo, diante de nós mesmos e de outros seres vivos.

OK, somos animais, mas somos diferentes? Como assim? Na verdade não somos todos diferentes uns dos outros? E os animais? São diferentes porque não raciocinam? Será que não raciocinam ou o homem ainda não soube desvendar sua forma peculiar de pensar e de se relacionar?

Antigamente, diziam que negros e mulheres eram inferiores, pois não possuíam capacidade de pensar, eram seres tacanhos e com curta inteligência. Bem, após muito sofrimento, nós mulheres conseguimos provar o contrário, os negros também. Mas, e os animais, até quando sofrerão para nos provar o contrário?

Até quando trataremos os animais como seres inferiores? Até quando continuaremos a ceifar suas vidas em nome da nossa beleza, do nosso paladar, do nosso divertimento, da nossa vida?

Quando cessaremos de observar os animais como simples objetos supérfluos para nossa existência e olharemos para eles como seres como nós, que buscam a felicidade e o amor? Que buscam sobreviver e fazer parte da linda epopéia divina que é a vida?

Para transformarmos o mundo a nossa volta, precisamos primeiro nos revisitar e nos transformarmos, modificando hábitos e atitudes que já não são mais benéficas para nós mesmos, para o planeta e para todas as formas de vida.

Somos uma grande família, fazemos parte da mesma história, precisamos uns dos outros, somos elos da mesma corrente, não haverá paz e harmonia se não passarmos a pensar e agir a partir deste raciocínio.

Perante ao Pai, não há diferenças, elas passaram a existir quando os homens assim quiseram.
Paz!

Fernanda Aparecida de Gouvêa Oliveira Paro
Colunista do site GREEPET.
Bióloga – CRBio 43684/01
Protetora animal independente. Educadora Ambiental.www.becodosgatosgourmet.blogspot.com



Nave Mãe - http://navecomando.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário