quarta-feira, 13 de abril de 2011

As formas de Deus


por Fernanda Aparecida de Gouvêa Oliveira Paro

A natureza nos inspira constantemente: ao olharmos uma borboleta ou a lua vigorosa no céu, nosso coração parece transbordar um sentimento doce, pacífico, mágico. Nossos olhos se enchem de brilho e pureza quando nos deparamos com o por do Sol, com a flor que desabrocha e com a inocência transmitida pelo cantar de um pássaro.

Não ficamos imunes quando presenciamos tais momentos mágicos, pelo contrário, algo nos chama a celebrar e vivenciar intensamente o presente divino que se desdobra diante de nós.

No entanto, muitas vezes, deixamos passar muitos momentos assim, ficamos preocupados com o futuro e não nos permitimos vivenciar e aproveitar as maravilhas com que Deus nos presenteia diariamente.

Aliás, temos sido algozes cruéis das criações Dele.

Talvez, a crueldade surja justamente do fato de não saborearmos conscientemente os presentes da vida, “de tanto ficar longe não vejo o que passa perto” - já disse a amada poeta Cecília Meireles, que, realmente, não estava errada.

Realizar as mais diversas tarefas do dia-a-dia de forma “maquinal” nos deixa susceptíveis a criarmos uma carapaça de crueldade sobre nós, e então ficamos alheios à magia do verdadeiro sentido da vida.

A busca parece nunca terminar, a felicidade está tão longe, quanto mais nos aproximamos, mais ela insiste em fugir, nunca nada está bom, somos servos de coisas externas e sem sentido, para onde estamos indo? Por quê? Para que?

Sem rumo, seguimos vivendo, mas parece que tudo tem um gosto, sem graça, de plástico, e cada palavra soa como apenas mais uma.
Será que não estamos nos esquecendo de observar a realidade atrás do véu da ilusão que tecemos?

Acredito que nos esquecemos de perceber que Deus tem muitas formas, que Ele se mostra em cada ser, em cada flor, no céu, nos elementos vivos, nas diversas fases e ciclos da nossa vida.

Olhe para si e verá as mãos de Deus, olhe para o outro e verá a mesma coisa. Pare para observar qualquer coisa agora, qualquer objeto animado ou não e lá você verá Deus - que agiu através do homem, sua criação, para co-criar as inúmeras formas que vemos.

Observe os animais e suas mais variadas formas, os seres humanos e toda sua diversidade, as plantas e suas inúmeras espécies: não são todas as formas de Deus manifestas?

Maltratar qualquer ser não seria machucar Deus manifesto naquela criatura?

Meditar a respeito disto trás responsabilidade e amplia nossa consciência, faz brotar dentro de nós sentimentos puros como a fraternidade e o amor, nos chama à verdade absoluta e imutável: somos todos um!

Fernanda Aparecida de Gouvêa Oliveira Paro
Colunista do site GREEPET.
Bióloga – CRBio 43684/01
Protetora animal independente. Educadora Ambiental. nanda_paro@yahoo.com.br


GREEPET -
http://www.greepet.vet.br/formas.php

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