Sendo uma condição mórbida de ocorrência comum na prática veterinária, a obesidade está geralmente associada à redução do tempo e da qualidade de vida dos animais de estimação. Esse fator, unido à regularidade com que é observada, faz da obesidade, atualmente a forma mais importante de doença do metabolismo em pequenos animais (BURKHOLDER e TOLL, 2000).
A obesidade é definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal devido a um consumo de mais energia dietética que o corpo precisa, suficiente para deteriorar as funções do organismo.
Este ocorre como resultado do aumento da ingestão de energia (aumento da ingestão de alimentos e/ou aumento do consumo de alimentos com alta densidade energética) ou da diminuição do uso de energia (diminuição do nível de atividade e/ou [muito raramente] redução da função tireóidea) (CRYSTAL, 2004; HOSKINS et al, 1999).
Também é considerada como doença do metabolismo de gênese multifatorial, na qual estão associados determinantes poligênicos (a exemplo dos genes ob/ob, db/db e fat/fat), neuroendócrinos, ambientais e sociais (RODRIGUES, SUPLICY e RADOMINSKI, 2003).
A velocidade de assimilação de energia menos a velocidade de uso de energia é a velocidade de acúmulo de gordura. Esta pode ser lenta e gradual, estendendo-se por vários anos, ou pode ser rápida particularmente quando sob condições de estresse causado por mudanças (HILL et al, 2000).
Um cão ou gato é considerado obeso se ele pesar 15 a 20% mais que o seu peso corporal ideal (LEWIS et al, 1994). Pacientes com mais de 40% acima do peso corpóreo “ideal” (moderado), correm um risco maior de apresentar distúrbios de saúde (BUFFINGTON, 2003). Estima-se que 20 a 40% dos gatos sejam obesos nos EUA (CRYSTAL, 2004).
De acordo com Lorenz et al (1996) a causa provável da elevada incidência de obesidade em cães e gatos está associada aos alimentos altamente palatáveis ricos em energia amplamente disponíveis no mercado, além de que os animais de estimação desempenham pouco exercício em relação à ingestão calórica; em resumo está associada à ingestão excessiva e a atividade física insuficiente.
A obesidade pode causar muitos problemas clínicos, como por exemplo, doença cardiovascular, hipertensão, diabetes melito, problemas musculoesqueléticos, desordens digestivas, aumentando a mortalidade e morbidade (BUFFINGTON,1994).
Também pode causar aumento dos riscos da anestesia e cirurgia, diminuição do desempenho reprodutivo, predisposição à lipidose hepática, intolerância ao calor e, possivelmente, diminuição da resistência a doenças infecciosas (CRYSTAL, 2004).
Dra. Talita Cozzatti
CRMV 17932
Priatenti Clínica Veterinária
Brooklin SP
http://www.priatenti.com.br
GREEPET - http://www.greepet.vet.br/obesidadefelinos.php (imagens inseridas pelo Animais de Gaia)
Animais de Gaia - http://animaisdegaia.blogspot.com/
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