quarta-feira, 13 de abril de 2011

Gatos gordinhos

Sendo uma condição mórbida de ocorrência comum na prática veterinária, a obesidade está geralmente associada à redução do tempo e da qualidade de vida dos animais de estimação. Esse fator, unido à regularidade com que é observada, faz da obesidade, atualmente a forma mais importante de doença do metabolismo em pequenos animais (BURKHOLDER e TOLL, 2000).

A obesidade é definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal devido a um consumo de mais energia dietética que o corpo precisa, suficiente para deteriorar as funções do organismo.

Este ocorre como resultado do aumento da ingestão de energia (aumento da ingestão de alimentos e/ou aumento do consumo de alimentos com alta densidade energética) ou da diminuição do uso de energia (diminuição do nível de atividade e/ou [muito raramente] redução da função tireóidea) (CRYSTAL, 2004; HOSKINS et al, 1999).



Em circunstâncias normais, mecanismos orgânicos de homeostasia controlam o aporte e o gasto energéticos, mantendo a composição corpórea em equilíbrio (BURKHOLDER e TOLL, 2000). O armazenamento de lipídeos é um processo normal e até necessário, pois, além de constituírem importantes reservas energéticas, os lipídeos fazem parte das membranas celulares, atuam como isolantes térmicos, realizam proteção mecânica dos órgãos (FERREIRA et al,2002).

Também é considerada como doença do metabolismo de gênese multifatorial, na qual estão associados determinantes poligênicos (a exemplo dos genes ob/ob, db/db e fat/fat), neuroendócrinos, ambientais e sociais (RODRIGUES, SUPLICY e RADOMINSKI, 2003).

A velocidade de assimilação de energia menos a velocidade de uso de energia é a velocidade de acúmulo de gordura. Esta pode ser lenta e gradual, estendendo-se por vários anos, ou pode ser rápida particularmente quando sob condições de estresse causado por mudanças (HILL et al, 2000).

Um cão ou gato é considerado obeso se ele pesar 15 a 20% mais que o seu peso corporal ideal (LEWIS et al, 1994). Pacientes com mais de 40% acima do peso corpóreo “ideal” (moderado), correm um risco maior de apresentar distúrbios de saúde (BUFFINGTON, 2003). Estima-se que 20 a 40% dos gatos sejam obesos nos EUA (CRYSTAL, 2004).

De acordo com Lorenz et al (1996) a causa provável da elevada incidência de obesidade em cães e gatos está associada aos alimentos altamente palatáveis ricos em energia amplamente disponíveis no mercado, além de que os animais de estimação desempenham pouco exercício em relação à ingestão calórica; em resumo está associada à ingestão excessiva e a atividade física insuficiente.

A obesidade pode causar muitos problemas clínicos, como por exemplo, doença cardiovascular, hipertensão, diabetes melito, problemas musculoesqueléticos, desordens digestivas, aumentando a mortalidade e morbidade (BUFFINGTON,1994).

Também pode causar aumento dos riscos da anestesia e cirurgia, diminuição do desempenho reprodutivo, predisposição à lipidose hepática, intolerância ao calor e, possivelmente, diminuição da resistência a doenças infecciosas (CRYSTAL, 2004).



Infelizmente, informações relativas aos altos riscos da obesidade em gatos são escassas. Freqüentemente, pequenas estudos estão disponíveis referentes aos métodos, riscos e benefícios da terapia da obesidade. Reorganizando estas limitações, parece razoável considerar a redução de peso nos gatos (terapia) quando a obesidade apresenta alguma definição de alto risco (BUFFINGTON,1994).

Dra. Talita Cozzatti
CRMV 17932
Priatenti Clínica Veterinária
Brooklin SP
http://www.priatenti.com.br

GREEPET - http://www.greepet.vet.br/obesidadefelinos.php (imagens inseridas pelo Animais de Gaia)

Animais de Gaia - http://animaisdegaia.blogspot.com/

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